sábado, 27 de março de 2010

Pesquisa mostra que 30% das MPEs compram ou vendem pela internet

Apesar de não admitir, maioria dos empresários não faz negócios por desconhecimento das ferramentas, diz superintendente de marketing da Associação Comercial de São Paulo, Sandra Turchi


Pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (25) pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela que cerca de 30% das micro e pequenas empresas da capital paulista já compram ou vendem pela internet. O número ainda é muito baixo em relação às grandes empresas, principalmente as redes de varejo, que concentram boa parte de suas operações de venda pela internet.
Segundo a e-bit, empresa especializada em comércio eletrônico, as vendas online somaram R$ 10,6 bilhões em 2009 no Brasil, alta de 30% em relação ao ano anterior.
A pesquisa, concluída em janeiro de 2010, realizou 500 entrevistas com gestores de empresas de todos os segmentos na cidade de São Paulo. O maior percentual de empresas que fazem negócios pela rede é no setor industrial, que também lidera o item de vendas on-line (135). Os segmentos de serviços e comércio atacadista representam 16% e 15%, respectivamente.
Dos 70% que não realizam negócios pela internet, cerca de 47% declarou que não o fazem por falta de necessidade de usar este canal. Apenas 19% admitem falta de estrutura e conhecimento para utilizar as ferramentas de comércio eletrônico.
A superintendente de marketing da Associação Comercial, Sandra Turchi, desconfia dessas respostas. “Muitos entrevistados dizem que não se interessam pela internet por total desconhecimento de como usar a ferramenta, mas não querem admitir na pesquisa”, diz.

A pesquisa mostra também que 60% das empresas que fazem negócios pela rede mundial de computadores tem loja virtual e 64% das compras são de pessoa jurídica (B2B). Além disso, 60% dizem ter site próprio. Das que têm site próprio, 67% possuem há mais de 3 anos e 46% renovaram seus sites nos últimos seis meses. Do total de empresas pesquisadas, 11% declararam vender pela internet. Das empresas que fazem e-commerce, a logística mais utilizada, além da própria empresa (15%), são os Correios (15%). Para o coordenador nacional da Câmara-e.net, Gerson Rolim, o comércio eletrônico nas micro e pequenas empresas tem crescido 30% por ano nos últimos cinco anos. “Se pensarmos na projeção da Anatel para 2018 de que a banda larga passará de 10 milhões para 140 milhões de usuários, temos aí o tamanho do mercado possível de e-commerce”.

Selo de Segurança - A Associação Comercial e a Câmara.Net deverão até meados de julho lançar um selo de segurança para aumentar a credibilidade dos negócios de micro e pequenas empresas na internet. Para Sandra Turchi, a idéia é que, para conquistar o selo, os pequenos negócios observem critérios como formas de pagamento, meios de atendimento, logística, hospedagem, certificação do servidor e legalização da empresa.
“Estamos discutindo esse selo há mais de três meses e procuramos a Fundação Vanzolini, que tem experiência no assunto para nos auxiliar. A idéia é ter um selo o mais desburocratizado possível para que as micro e pequenas empresas tenham acesso”, disse Sandra.

Além do selo, Rolim afirmou que deverá ser criada em breve uma câmara arbitral de e-commerce para tentar resolver os conflitos de negócios na internet. Segundo ele, a Câmara-e.net e o Ministério Público Federal criaram um fórum de comércio eletrônico para debater um marco regulatório para a internet no Brasil.

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